Tumores benignos não melanocíticos por Marisa André

Os tumores benignos não melanocíticos são um grupo de neoplasias frequentemente observadas em consulta pelo médico de família e por dermatologista. Presentemente, não existe um sistema de classificação unificador dada variedade das apresentações clínicas e a origem celular distinta.

A verruga (ou queratose) seborreica é o tumor benigno mais comum, surge em qualquer local do tegumento cutâneo com folículos pilosos, poupando mucosas, palmas e plantas; podem ser múltiplas e caracterizam-se pela sua grande variabilidade clínica: podem ser máculas, pápulas ou placas bem circunscritas, planas, castanhas, com superfície verrucosa, polipóide, pediculada; habitualmente são assintomáticas, excepto se sofrerem traumatismo o que pode originar dor e/ou prurido local; quando a sua superfície é castanha-escura pode levantar dúvidas de diagnóstico diferencial com outras neoplasias malignas, nomeadamente, melanoma. A dermatose papulosa nigra, considerada por muitos autores uma variante da verruga seborreica, surge em indivíduos de descendência africana, tratando-se habitualmente de pápulas múltiplas filiformes ou sésseis, hiperpigmentadas, localizadas preferencialmente na face (região malar e frontal).

A queratose folicular invertida é uma lesão única que surge em indivíduos caucasianos de faixa etária elevada e consiste numa pápula eritematosa, esbranquiçada, assintomática, localizada mais frequentemente junto ao lábio superior.
A stuccoqueratose consiste em pápulas ou pequenas placas brancas, acinzentadas, de superfície plana ou convexa, com uma colarete de escama fina, localizada nas extremidades dos membros inferiores, com uma distribuição simétrica em indivíduos velhos.

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Melanoma por Cecília Moura

O melanoma resulta da transformação maligna dos melanócitos/células névicas localizadas na pele (mais frequente), epitélio de revestimento das mucosas, nevos melanocíticos/congénitos, melanócitos em vísceras e no olho. Calcula-se que 30% dos melanomas surjam em lesão pigmentada prévia.

No início do século passado era considerado um tumor raro; contudo, a sua incidência aumenta mais do que as restantes (aumento estimado em 4-8%/ano). O risco de sofrer de melanoma ao longo da vida nos EUA foi calculado em 1/1500 em 1935, tendo aumentado gradualmente ao longo das últimas décadas para 1/250 em 1980, 1/100 em 1991 e finalmente, 1/70 em 2002. Dados de Portugal fornecidos pelo Registo Oncológico Regional (ROR) colocam a incidência de melanoma em 6-8 casos/100.000 habitantes, sendo esta incidência semelhante à verificada nos países do sul da Europa (nomeadamente Espanha e Itália). Contudo, há problemas na notificação dos casos de melanoma, uma vez que nem todos os doentes são tratados a nível hospitalar.

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Melanoma do diagnóstico ao tratamento por António Santos

O melanoma, cuja incidência tem aumentado substancialmente nas duas últimas décadas, é responsável por mais de dois terços das mortes por cancro cutâneo. O tratamento nas suas fases mais precoces oferece a melhor oportunidade para a cura.

Destacam-se como factores de risco de melanoma: os fototipo baixos (pele e olhos claros, efélides), elevado número de nevos melanocíticos (> 100), a presença de nevos clinicamente atípicos, os nevos congénitos gigantes, a ocorrência de exposição solar excessiva intermitente (especialmente infância a adolescência) e a história pessoal de outros cancros cutâneos (carcinoma basocelular e/ou espinocelular).

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Aquecimento global. Ultravioletas e ozono. Sol e solários por José Carlos Fernandes

As alterações climáticas, particularmente aquelas que poderão ser uma consequência do aquecimento global, têm despertado muita discussão e controvérsia no mundo científico. Os possíveis efeitos, que alguns antevêem catastróficos, colocaram o assunto na agenda política, com ampla visibilidade nos meios de comunicação social.

Para o aquecimento global tem sido invocado o reforço do efeito estufa, em consequência da libertação para a atmosfera de gases, particularmente o CO2, produzido em grande quantidade pela actividade humana (combustíveis fósseis, incêndios, abate intensivo de árvores, etc.). A rarefacção da camada de ozono que ocorre em algumas épocas do ano, de forma mais intensa na região da Antárctida, é outro problema atmosférico que não está directamente ligado com o aquecimento global. O ozono é um gás composto por três átomos de oxigénio, que se acumula na estratosfera e bloqueia a penetração da radiação ultravioleta (RUV) de comprimentos de onda mais curtos. Na redução da camada de ozono estão envolvidos compostos como os CFC que durante décadas foram muito utilizados em sprays e sistemas de refrigeração. A diminuição do ozono estratosférico implica a chegada à superfície terrestre de maior quantidade de radiação ultravioleta, a qual tem efeitos biológicos sobre a pele. Algumas projecções indicam que uma redução de 1% da camada de ozono pode acarretar um aumento de 3% na incidência de cancro da pele.

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