Sinais, da Criança ao Adulto por Manuela Cochito

Nevos Melanocíticos adquiridos
Nevos melanocíticos adquiridos, vulgarmente chamados “sinais”, são pequenas (<1cm) máculas, pápulas ou nódulos circunscritos originados por grupos de células névicas localizadas na epiderme, derme ou raramente no tecido celular sub-cutâneo.
São lesões habitualmente com potencial de malignização baixo, com algumas excepções que abordaremos adiante, e que qualquer adulto jovem alberga uma média de 20 a 30.
Trata-se de lesões com uma evolução natural ao longo da vida tendendo para a regressão pela 9ª década.


Na 1ª e 2ª décadas de vida vão surgindo os chamados nevos melanocíticos juncionais que se caracterizam por máculas ou pápulas hiperpigmentadas que ocorrem em qualquer porção do tegumento ou mucosas, habitualmente com diâmetro < a 1cm e preservam o reticulado da pele.
Com o passar dos anos, alguns destes nevos evoluem para compostos o que se caracteriza clinicamente por uma superfície um pouco mais papilomatosa e / ou o aparecimento de pêlos.
Na sua evolução natural algumas destas lesões passam a intradérmicas que se caracteriza clinicamente por maior altura e por vezes diminuição do pigmento.
Perante qualquer deste tipo de nevos é sempre importante ter em atenção as suas características gerais de que saliento:
1-Terem um pequeno diâmetro (<6mm )
2-Terem uma pigmentação uniforme
3-Terem limites nítidos e bem regulares
4-Preservarem o reticulado da pele


Nevos congénitos
Quanto aos nevos melanocíticos congénitos o seu potencial de malignização é mais controverso, considerando-se congénitos os que estão presentes á nascença ou surgem nos primeiros dois anos de vida.
O risco de malignização é directamente proporcional ao tamanho. Assim, considera-se de baixo risco os de diâmetro <1,5cm, de risco mais considerável os de diâmetro entre 1,5 cm e 20 cm, e de alto risco os chamados gigantes ou seja com diâmetro >20cm.


Outros tipos de Nevos
Existem outros tipos de nevos mais raros como sejam os nevos de Spitz clinicamente mais frequentes nas crianças ou adolescentes e que se caracterizam por o aparecimento de uma pápula ou nódulo rosado ou acastanhado com localização preferencial na face e pernas sendo sempre recomendável a sua excisão cirúrgica e exame anatomopatológico.
Outro tipo de nevo a referir são os nevos de Sutton ou halo nevos por se encontrarem rodeados de uma área de despigmentação simétrica.
São frequentemente múltiplos e ocorrem em adolescentes e adultos jovens. Se se tratar de uma lesão única num adulto atenção ao diagnóstico diferencial com o melanoma com halo de despigmentação.
Os nevos de Becker são máculas hiperpigmentadas, localizadas mais frequentemente no tronco e membros superiores e regra único de tonalidade acastanhada clara contornos algo irregulares e superfície por vezes pilosa. Aparece habitualmente durante a puberdade e não tem qualquer capacidade de malignização até porque não se trata de uma proliferação de melanocitos.
Os nevos de Spilus caracterizam-se pela combinação de uma mácula acastanhada com um mosqueado de lesões mais escuras, por vezes com algum relevo, que podem malignizar pelo que devem ser vigiadas como os nevos melanóciticos.
Em relação aos nevos azuis cuja característica reside na tonalidade azul acinzentada conferida pela presença de melanocitos a nível da derme, são lesões geralmente benignas havendo raros casos descritos de malignização.


Nevos Atípicos
Por fim, os chamados nevos atípicos ou histopatologicamente displásicos, correspondem a nevos cuja “atípica” clínica nos deve chamar a atenção no sentido da sua remoção o mais precoce possível dado o seu potencial evolutivo para melanoma segundo a maioria dos autores. Trata-se de lesões com alguma assimetria, bordos irregulares, uma cor não homogénea com irregularidades de pigmentação e habitualmente de diâmetro > 6 mm.

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