Carcinoma basocelular e espinocelular: do diagnóstico ao tratamento por Manuel Sereijo

O cancro cutâneo é a neoplasia mais frequente nos indivíduos de raça caucasiana. Os carcinomas basocelulares e espinocelulares são os tipos mais frequentes de cancro da pele e representam no conjunto cerca de 90% de todas as neoplasias cutâneas. Geralmente o carcinoma espinocelular surge sobre uma lesão precursora enquanto o carcinoma basocelular surge de novo.


Nas últimas décadas verificou-se um aumento significativo da incidência destas duas neoplasias na maior parte dos países europeus, E.U.A. e Austrália. No
nosso país, embora não existam estatísticas fidedignas e actualizadas, os dados disponíveis permitem-nos uma estimativa de incidência anual de 70 novos casos por 100.000 habitantes para o carcinoma basocelular e de cerca de 10 novos caos por 100.000 habitantes para o carcinoma espinocelular.

Surgem habitualmente nas idades avançadas, mas nas últimas décadas começaram a surgir com frequência significativa em idades mais jovens, devido sobretudo às alterações dos hábitos de vida, com abuso da exposição solar.

Os carcinomas basocelulares representam cerca de 60ª 65% dos cancros cutâneos e os carcinomas espinocelulares cerca de 20ª 30%.

Clinicamente no carcinoma basocelular existe um polimorfismo aparente significativo, assumindo aspectos clínicos bastante variados e dificultando por vezes uma esquematização precisa, enquanto no carcinoma espinocelular temos menos variedade de formas clínicas. O carcinoma epinocelular tem um carácter mais agressivo, desenvolvendo-se mais rapidamente e podendo originar metástases regionais e à distância.

Na abordagem terapêutica destes carcinomas utiliza-se uma grande variedade de técnicas (cirurgia “clássica”, criocirurgia, cirurgia micrográfica de Mohs, radioterapia, laserterapia CO2, terapia fotodinâmica, etc.) e estas deverão ser escolhidas em função das características do tumor, idade, e situação clínica geral do doente.